
Sempre gostei muito do Natal, mas hoje tem outro significado para mim.
Em criança, ia com o meu pai ao pinhal buscar um pinheiro para o enfeitar. Ficava muito empolgada por fazer a árvore de Natal e ainda hoje gosto muito.
Em casa dos meus pais, apesar de todos participarem nos enfeites da casa, confiavam-me essa tarefa por saberem o prazer que me dava.
Quando acreditava no Pai Natal, ansiava pela madrugada do dia 24 de dezembro para tentar ver o Pai Natal e pela manhã do dia 25 de dezembro para poder ver as minhas prendas. Tentava resistir ao sono para ver se me apercebia da chegada do Pai Natal, mas “nunca tive essa alegria”!
Por vezes acordava de madrugada e ia espreitar a árvore para ver se o Pai Natal já tinha deixado os presentes.
No dia 25 de dezembro, assim que acordava, ia a correr para a árvore ver os presentes de Natal.
Não eram muitos presentes, mas do que me lembro, não costumava faltar o que pedia ao Pai Natal (“o Pai Natal” fazia sempre um esforço para conseguir concretizar o meu desejo).
Neste dia vestia a minha melhor roupa (denominada na altura por “roupa de domingo” ou “roupa de ir à missa”) para ir à missa e/ou visitar familiares.
Gostava muito dos convívios familiares nesta época festiva. Eram uma alegria!
A brincadeira com os primos, as danças, os jogos, a distribuição de presentes, os docinhos tradicionais, entre outros.
Em casa do meu avô materno, o momento da noite de 24 de dezembro que todos ansiávamos era o momento da distribuição de presentes que era feita pelo próprio que vibrava tanto quanto crianças. Era um momento muito alegre, mas também uma tarefa levada com muita seriedade e responsabilidade pelo meu avô.
Quando a consoada era passada na casa do meu avô paterno, “montávamos o arraial” e dançávamos a noite toda. Nos momentos de pausa comíamos, conversávamos, fazíamos jogos, e por vezes, víamos partes do filme de Natal que era transmitido na TV.
Já mais crescida, e uma vez que o “Pai Natal já não passava” em casa dos meus pais, eu e a minha irmã estavamos sempre desejosas de regressar a casa na noite do dia 24 (que já era 25 porque passava da meia noite). Apesar de gostarmos do convívio familiar, era o momento em que íamos desvendar os presentes que os nossos pais tinham para nos oferecer. Eram sempre os melhores!
O dia 25 de dezembro era passado, por norma, em casa com os meus pais e irmã. Era um dia muito agradável também pois desfrutávamos dos presentes e víamos filmes.
Hoje o Natal para mim é sempre que…
…vejo os meus filhos bem e com saúde; ❤
…a família está reunida;
…digo e demonstro aos meus filhos o quanto os amo e ainda que nem sempre verbalizem, perceber que o sentimento é recíproco no abraço, no olhar, nos pequenos gestos; ❤
…vejo a alegria dos meus filhos ao abrirem os presentes;

…sinto a solidariedade, alegria e bondade das pessoas neste período, tendo a esperança que este sentimento perdure o resto do ano e sempre em nossos nossos corações; ❤
…ofereço presentes aos meus familiares para agradá-los, ainda que isso implique algum esforço financeiro (apesar de não ser o mais importante, todos gostamos de receber presentes e dar um presente também é um gesto de amor);
… sinto a felicidade dos meus filhos; ❤
… como o tradicional Pai Natal de chocolate tamanho XL que os meus pais me oferecem;
… tenho momentos carinhosos com os meus filhos; ❤
… faço a árvore de Natal e o presépio com os meus filhos;
… me sinto com saúde; ❤
… danço e canto com os meus filhos músicas de Natal;
… tenho momentos harmoniosos e alegres com a minha família; ❤
… vejo uma lareira acesa com as peúgas penduradas e uma linda árvore de Natal (apesar de eu não ter lareira na minha casa);

… vejo a minha família bem e de saúde; ❤
… como bolo rainha;
… consigo ter momentos a sós e carinhosos com o meu marido; ❤
… como rabanadas que eu tanto gosto;
… recordo os momentos bons vividos com pessoas que já não estão presentes e que moram no meu coração; ❤
… vejo uma mesa com uma bonita decoração de natal e os docinhos típicos desta época;


… recordo o meu avô materno que sempre viveu de forma muito entusiasta e contagiante esta época; ❤
… como o tradicional bacalhau cozido com couve portuguesa e batatas cozidas;

… sinto o cheirinho dos meus filhos, o melhor do mundo; ❤
… como “sandes” de figos e nozes que eu tanto gosto;
… consigo pôr as mágoas de lado porque o amor e a amizade se sobrepõem; ❤
… não espero pela meia noite para abrir os presentes para ver a alegria dos meus filhos;
… lembro aos mais queridos o quanto gosto deles, seja por gestos ou por palavras; ❤
… deixo 1 copo de leite e um prato com bolachas na noite de 24 de dezembro junto da árvore de Natal para os meus filhos vivenciarem a magia do Natal.

Fico triste pelo fim da época e por pensar que ainda falta 1 ano para repetir os bons momentos, sensações e emoções que esta nos traz. ❤
Fica a esperança e o desejo que o espírito natalício permaneça em nossos corações o ano inteiro e sempre! ❤❤
